terça-feira

A Viagem Do Elefante

Um espantoso presente de Natal... "A viagem do elefante" de Saramago, mais agora quando a Fnac apresenta uma edição única com 15 ilustrações em extratexto da autoria do pintor Pedro Proença. "A viagem do elefante" e uma ideia que Saramago carrega há mais de dez anos, quando viajou à Áustria e, por acaso, entrou em um restaurante de Salzburgo chamado "The Elephant" (O Elefante). "Este conto, prefiro chamá-lo assim --melhor que romance--, é o que sempre pensei que deveria ser. Este português não só "construiu barreiras" entre sua literatura e sua vida, mas é capaz de se isolar de tudo o que lhe cerca, até o ponto de escrever em seu computador portátil enquanto várias pessoas conversam no sofá da sala. "Lembro que parte do romance 'Todos os Nomes' foi escrita em casa. Enquanto os pedreiros faziam seu trabalho e contavam piadas uns para os outros, eu, no quarto ao lado, separado apenas por uma lona plástica que servía de porta, continuava construindo as peripécias de meu personagem Dom José. Nunca os mandei se calarem. Eles estavam na sua, eu estava na minha", afirmou Saramago. Uma vez mais, com este conto, fala da vida, da sua maneira de entender a vida, e fala de o seu mondo pessoal, onde nem o barulho nem as coisas sem importância tem um lugar. Fala da vida e das sinais que marcam o nosso caminho... "Não é verdade que o céu seja indiferente às nossas preocupações e anseios. O céu está constantemente a enviar-nos sinais, avisos, e se não dizemos bons conselhos é porque a experiência de um lado e do outro, isto é, a dele e a nossa, já demonstrou que não vale a pena esforçar a memória, que todos a temos mais ou menos fraca. Sinais e avisos são fáceis de interpretar se estivermos de olho atento".


Sem comentários: