terça-feira

A ministra que não existe

Há tres formas de governar: contra todos, contra alguns our contra ninguém. A ministra de Educação não consegue o meio-termo: começou por confrontar toda a gente ao mesmo tempo, agora não pode confrontar ninguém. 

Na semana passada tentou introduzir alterações na correcção e avaliação dos exames nacionais com perguntas de resposta múltipla. O objectivo era aumentar a exigência, diminuir este tipo de perguntas e obligar os alunos a acertar em todas as de cada grupo para terem pontuação – quem falhas-se uma de quatro tinha zero nesse conjunto.

Para os técnicos do ministério, estas alterações eram justas, “tecnicamente correctas” e diminuíam probabilidade de os alunos acertarem por acaso. Mais: depois de uma primeira oposição dos professores e de uma reunião com o Gabinete de Avaliação Educacional, chegou-se à conclusão de que as mudanças eram correctas. Então, porque é que não avançaram? Porque o  aumento da exigência é equivalente ao aumento do descontamento os estudantes? E esta ministra não pode ter mais manifestações na rua.

É assim que uma medida que aumenta o rigor e o esforço dos alunos cai porque aumenta também a “ansiedade”. É assim que uma medida que aumenta o rigor e o esforço dos alunos cai porque aumenta também a “ansiedade”. É asssim que uma medida correcta e necessária cai porque existe uma ministra fraca. É assim que os sindicatos de profesores conseguem ir desgastando e anulando a ministra da Educação.

Maria de Lurdes Rodrigues não consegue suportar a contestação dos profesores. Nem mais nenhuma contestação. Hoje ella não é uma ministra fragilizada. É uma ministra inexistente – a contar os dias até ao fim do seu mandato.


crédito: Revista Sábado



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